O novo documentário da Netflix se popularizou rapidamente e está em alta no Brasil, dando o que falar, principalmente porque na semana passada, passou a valer no Brasil a Lei Geral de Proteção de Dados, que em termos gerais significa que agora você tem direito de compreender por que e para que uma empresa quer usar seus dados.
A produção lançado em 9 de setembro desse ano, 2020, reuniu alguns dos ex-funcionários e executivos de empresas como Google, Facebook, Pinterest e Twitter para expor o papel das redes sociais e os danos que elas causam à sociedade. Dirigido por Jeff Orlowski, o filme fala sobre temas sensíveis vividos atualmente, como a polarização política e a pressão que sofremos para alcançarmos a perfeição inatingível. E, ao mesmo tempo, joga um pouco de luz sobre os bastidores das grandes empresas de tecnologia e de como funciona essa indústria milionária.
A partir dele, separamos 5 reflexões de assuntos importantes que foram levantados no filme e que devemos ressaltar:
O documentário relato como cada característica das plataformas foi pensada personalizadamente para aprender sua atenção cada vez mais, desde a escolha das cores, os temas que lhe interessam e até a disposição do feed. Tudo porque as redes precisam do nosso interesse constante para ficarmos cada vez mais exposto a produtos e anúncios que podem ser consumidos. Esses aplicativos gratuitos, são mantidos por empresas que anunciam seus produtos, com a intenção de venda e a certeza que os aplicativos oferecem que serão efetivos. Portanto, as mídias sociais são hoje o meio mais rápido para atrair e impactar futuros clientes.
Quando acessamos as nossas redes, temos a impressão que todas os seus usuários são extremamente felizes, que estão bem e se amam, quando de fato isso não é verdade. Infelizmente as redes se tornarão uma vitrine comparativa, que minam nossa confiança e autoestima e que nos cobra uma perfeição que não existe. No filme, vemos o criador do botão “curtir” do facebook, dizer que ao criarem essa ferramenta, imaginaram que levariam amor a todos que estavam conectados. Porém, esse simples botão se tornou um ranking de aceitação. Quanto mais curtidas, mais popular você se tornaria, mas o contrário se tornou devastador. E assim as fantasias e teatros foram surgindo, mascarando as verdades numa caçada constante as curtidas e consequentemente a aceitação.
Para conseguir personalizar o que temos acesso, os algoritmos e inteligência artificial coleta todos os tipos de dados a nosso respeito, somos constantemente monitorados. Cada acesso a algum site, cada pesquisa em algum buscador, o tempo que demoramos em cada publicação, tudo, além de dados básicos como nome, sexo, endereço, formando um grande mapa de seus interesses, com informações precisas que conseguem até adivinhar seus desejos de acordo com seu arquétipo construído e com base em todos os aspectos da sua vida, online ou offline. A partir dessas informações, desenvolve-se o “capitalismo da vigilância”.
De forma inconsciente somos levados a nos sentir bem quando estamos conectados, nos sentimos pertencentes ao mundo e informados de tudo em tempo real. A internet se tornou uma extensão do nosso cérebro e acaba se tornando um hábito estarmos com o celular ligado o tempo todo. Criamos uma ansiedade em olhar as redes o tempo todo, achando que sempre terá algo novo para nós e ao olharmos a tela, nosso corpo libera dopamina, o hormônio que nos dá prazer. E isso não é a toa, os grandes designs e desenvolvedores dos aplicativos lançam mão constantemente da psicologia e de como funciona o comportamento humano. Fazendo de forma natural, que os usuários desenvolvam um hábito junto as redes e que se torne prioridade estar conectado, seja dirigindo ou até no momento que acordamos e vamos dormir. Utilizando a técnica de “reforço positivo intermitente”, tal como a caixa de Skinner.
Uma das muitas táticas utilizadas para nos estimular a passar mais tempo nas redes, é entregar conteúdos que condizem exatamente com nossas perspectivas e ideais. As redes precisam falar sua língua e reforçar o que você acredita, mesmo que não seja verdade, criando assim as famosas “fakes news”, que só se propagam por encontrar pessoas suscetíveis a determinado assunto. Duas pessoas próximas, podem fazer pesquisas iguais e encontrarem resultados completamente diferentes, que irão de encontro as suas visões de mundo. Quando navegamos na internet, encontramos conteúdos totalmente de acordo com aquilo que imaginávamos, recomendado e especialmente para nós.
Analisando de forma geral, temos muito a que debater, descobrir e conhecer sobre o assunto. A internet é a principal invenção do século, transformou a vida de muitas pessoas. Unificou o mundo, trouxe a globalização, entendimento e conhecimento cultural, entre outras coisas positivas. Porém, segundo Sófocles “Nada grandioso entra na vida dos mortais sem uma maldição.” E com essa grandeza veio também a vigilância constante, a insegurança digital, a necessidade de aceitação e aumento da ansiedade, entre outros. Portanto devemos observar nossos hábitos e utilizar as redes com sabedoria.
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